O partido Frelimo que está nas ruas é o mesmo partido Frelimo que não paga aos professores e está a dar cabo de qualquer possibilidade de termos um Sistema de Educação minimamente sério. É o mesmo partido Frelimo que não paga aos médicos e enfermeiros, que estão em greve desde há anos. É o mesmo que colocou os magistrados em greve. É o mesmo que está a gerir o Estado e que não tem solução para a única estrada nacional que liga o país de Norte a Sul. Mas o partido Frelimo tem fé. Tem fé na nossa insanidade colectiva.
Maputo (Canalmoz) – O partido Frelimo está de volta às ruas com os seus inconfundíveis adereços de “marketing” e humanos. Desta vez, o adereço humano é Daniel Chapo, que tenta apresentar o partido que está no como sendo o melhor partido. E é curioso que esse partido é apresentado como melhor não pelo candidato que agora tem, mas por ser exactamente o mesmo partido de sempre.
O candidato dispensa grandes apresentações. Até porque ele próprio nos poupou o trabalho, resumindo onde começa e onde termina. Já se auto-intitulou “madeira”, que será usada nessa grande carpintaria que se chama Frelimo, que fará dele o que quiser.
E qualquer eleitor minimamente avisado há-de saber o que o partido Frelimo normalmente faz com madeira: vende-a ao desbarato aos chineses e impede que ela sirva os interesses nacionais, por exemplo no fabrico de carteiras escolares, para tirar as crianças do chão. Mas isso é o que tem menos importância. O que importa mesmo é que temos uma tábua a concorrer. Se é uma tábua rasa, ou não, é um outro debate, desde que saibamos que uma tábua não tem vontade própria, assim como não pode escolher o que quer ser e como quer servir.