Maputo (Canalmoz) – O ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, general na reserva Paulino Macaringue, afirmou que há corrupção no processo de recrutamento militar para ingressar nas FADM.
Segundo disse, essas práticas afectam gravemente a integridade do serviço militar e precisam de ser combatidas com reformas que promovam maior transparência e reforcem o diálogo entre civis e militares.
Paulino Macaringue afirmou: “Nada me admira que também no processo de recrutamento ocorram fenómenos de corrupção”. E disse também: “As formas de ingresso não prevêem qualquer avanço de valores ou favores”.
Paulino Macaringue falava durante um seminário com o tema “Relações civil-militar em democracia”, realizado na sexta-feira da semana passada, no âmbito dos 60 anos das Forças de Defesa e Segurança.
Paulino Macaringue afirmou que as Forças Armadas não são uma ilha, reflectem os problemas da sociedade moçambicana. E pediu que as autoridades criem mecanismos para facilitar denúncias e garantir a punição dos envolvidos.
“Fico feliz porque está aqui a chefia das Forças Armadas, a Direcção do Ministério da Defesa, que deverão trabalhar nesse sentido”, afirmou.
Paulino Macaringue falou também sobre o impacto dos conflitos, como o de Cabo Delgado, nas relações entre civis e militares e disse que qualquer conflito influencia a forma como vai ficar a ser gerida a relação civil-militar.