Maputo (Canalmoz) – Venâncio Mondlane subiu de tom e convocou uma segunda etapa da paralisação total do país, como repúdio pela fraude eleitoral e contra o assassinato de Elvino Dias, seu advogado, e Paulo Guambe, mandatário do partido PODEMOS.
Desta vez, a paralisação será de dois dias: quinta-feira e sexta-feira. Venâncio Mondlane fez a convocação através das redes sociais e atribuiu à segunda fase das manifestações o seguinte lema: “Manifestação nacional contra os raptos, sequestros, gás lacrimogéneo e balas verdadeiras contra um povo desarmado e indefeso”.
“Serão quatro etapas. Cada etapa será mais forte do que a outra. A primeira etapa foi ‘soft’, a segunda etapa vai ser um pouco agressiva, a terceira idem, até perfazerem vinte e cinco dias, que correspondem aos vinte e cinco tiros disparados à queima-roupa que mataram Elvino Dias e Paulo Guambe. Então, os vinte e cinco tiros serão convertidos em vinte e cinco dias de terror para os bandidos da Frelimo, vinte e cinco dias de terror para os malandros, vinte e cinco dias de terror para os ladrões de votos, vinte e cinco dias de terror para aqueles que desviam a riqueza do povo e vinte e cinco dias de terror para aqueles que estão a vender o nosso país aos pedaços”, afirmou Venâncio Mondlane.
A razão da escolha destas datas, 24 e 25 de Outubro, deve-se ao facto de a Comissão Nacional Eleições pretender anunciar os resultados do apuramento nacional das Eleições Gerais, e, por essa razão, a actividade deve ser boicotada com a fúria popular.
Toda a actividade económica, instituições do Estado, instituições privadas, serviços públicos devem permanecer encerradas. As únicas instituições que têm permissão para funcionar normalmente são as Unidades Sanitárias e farmácias. “Queremos cuidar da saúde dos nossos filhos e das nossas famílias. Vamos incentivar os hospitais a funcionar, e as ambulâncias podem deslocar-se à vontade”, afirmou Venâncio Mondlane.
Venâncio Mondlane disse que a Polícia, nas diferentes Unidades, declarou guerra contra o povo e violou a Constituição da República de Moçambique ao acatar ordens ilegais. As ordens ilegais são os disparos de balas verdadeiras e gás lacrimogéneo, mas, desta vez, o povo vai defender-se.
“Se a Polícia disparar balas verdadeiras, gás lacrimogéneo os jovens vão defender-se. Será uma manifestação de todos os bairros, distrito, localidades, postos administrativos, do Rovuma ao Maputo, do Índico ao Zumbo. Nos dias 24 e 25 de Outubro, o país deve parar e colocar a Frelimo de joelhos e a respeitar a vontade popular”, afirmou Venâncio Mondlane.
Venâncio Mondlane exige que a Frelimo venha a terreiro anunciar o abandono de assassinar o povo, de humilhar o povo, antes de se passar à terceira fase, que é mais pesada.