Maputo (Canalmoz) – A Confederação das Associações Económicas de Moçambique anunciou, ontem, 23 de Outubro, que as consequências económicas e sociais resultantes da paralisação geral de actividades ocorrida no dia 21 de Outubro, estão calculadas em 1,4 mil milhões de meticais.
Agostinho Vuma, presidente da CTA, disse, numa conferência de imprensa, que o sector empresarial funcionou a meio-gás na cidade de Maputo e na província de Maputo. A rede de ensino privado fechou totalmente, e grande parte dos restaurantes não abriu.
No Parque Industrial de Beluluane, que abriga o maior centro industrial do país, menos de cinquenta por cento das empresas funcionaram. “As empresas não encerraram, mas reportaram dificuldades de movimentação dos trabalhadores devido à limitada disponibilidade de transportes.”
Agostinho Vuma disse que, na província de Niassa, as paralisações foram menos intensas, principalmente nas cidades de Cuamba e Lichinga, onde o transporte, a restauração e a Educação foram os sectores mais afectados.
“A zona norte do país, incluindo Nampula, teve um cenário semelhante, com algumas instituições públicas e privadas optando por não abrir por precaução”, disse.
Acrescentou que, no centro do país, a situação foi parecida, embora as escolas tenham funcionado com menos alunos. Em Inhambane e Gaza, a situação foi calma, com as instituições a funcionar normalmente, mas o sector de transportes enfrentou dificuldades nas primeiras horas do dia.
A paralisação em Maputo foi a mais intensa, sendo atribuída principalmente à falta de transportes e ao receio de insegurança.
A CTA calcula que a paralisação das actividades económicas tenha causado uma perda preliminar de cerca de 1,4 mil milhões de meticais. O sector informal foi o mais afectado, com a actividade paralisada acima de noventa por cento.
Os impactos da paralisação vão além das perdas financeiras imediatas, afectando também o sector turístico. A CTA alertou para o risco de cancelamentos de viagens de turistas estrangeiros, o que pode comprometer a chegada de cerca de 360.000 turistas durante a quadra festiva, com uma perda potencial de 50 milhões de dólares.
A CTA disse também que, com a recente baixa no “raking” de endividamento de Moçambique pela agência “Standard & Poor’s”, o aumento dos custos de financiamento será uma consequência directa, dificultando a recuperação das empresas.
A CTA disse que este recurso deve ser “o último artifício, usado quando não há mais condições de negociação”. (Joana da Lúcia)