Maputo (Canalmoz) – Segundo o programa oficial, o funeral de Elvino Dias, principal assessor do candidato presidencial do partido PODEMOS, Venâncio Mondlane, estava marcado para as 13h00, no Cemitério de Michafutene, no distrito de Marracuene, na província de Maputo, mas só se realizou duas horas depois.
Uma moldura humana seguia o cortejo fúnebre, em marcha lenta, desde o Zimpeto até ao cemitério, acompanhado por músicas do falecido Azagaia, principalmente o título, “Povo no poder”, e com o roncar de motores dos motociclistas que serviam de batedores do cortejo.
Do desvio da EN1 até ao cemitério, um mar de gente perfilava-se para ver, tocar ou acenar para o carro que transportava a urna de Elvino Dias.
No interior do cemitério, admiradores e activistas sociais, com cânticos à mistura com vuvuzelas, empunhavam dísticos com os seguintes dizeres: “Elvino já chegou”, “Frelimo não vai governar”, “Elvino: um gigante da democracia abatido, mas não silenciado”, “Foi-se a narrativa, mas o objectivo mantém-se”, “Vale a pena a morte do que a escravatura”, “Vinte e cinco tiros na democracia”, “Elvino Dias, a luta continua”, “Nós votámos VM7”.
Chegados ao local da sepultura, e como o megafone que o padre católico usava para orientar a cerimónia não alcançava todos os cantos, criou-se a oportunidade para que outros grupos de amigos organizassem em paralelo elogios à obra de Elvino Dias, tal como aconteceu com o grupo que com ele fez a preparação militar no quartel de Munguine, no distrito de Manhiça, em 1999. (Cláudio Saúte)