Maputo (Canalmoz) – O primeiro dia da chamada “quarta etapa” da paralisação geral convocada por Venâncio Mondlane saldou-se em quatro mortos e vários feridos em Nampula, incluindo duas crianças, e no encerramento, mais uma vez, da fronteira de Ressano Garcia na província de Maputo.
No bairro de Namicopo na cidade de Nampula, a Polícia da República de Moçambique abriu fogo contra os manifestantes que saíram à rua para se manifestarem de forma pacífica. A Polícia recebeu os manifestantes com tiros e, na sua imperícia, atingiu a tiro e matou quatro jovens que se encontravam sentados nos seus quintais e feriu vários outros incluindo duas crianças.
Em reacção, a população decidiu montar barricadas nos bairros e iniciar uma caça aos polícias assassinos. Um deles foi neutralizado numa viatura. Foi severamente espancado pelos cidadãos e está em estado grave.
Em declarações ao “Canalmoz”, Nanias Adamo, uma das vítimas, acusou a Polícia de agir com brutalidade, atingindo até pessoas que, segundo ele, não participavam na manifestação.
“Os polícias entraram dentro da minha casa e deram tiro ao meu irmão e amigos. Eles não estavam na manifestação. Por que não lutam entre eles lá em Maputo, na Ponta Vermelha? O que eles querem está na Ponta Vermelha. O Venâncio e a Frelimo devem sentar-se e conversar para deixar de matar pessoas inocentes. Infelizmente, em Moçambique, não há justiça. Não resolvem nada de um cidadão pobre”, afirmou Nanias Adamo.