Maputo (Canalmoz) – O embaixador de Portugal em Moçambique, António Costa Moura, afirmou que, depois da crise política que sacudiu o país apôs as problemáticas eleições de Outubro, a reconciliação nacional dos moçambicanos é “um imperativo de consciência”. António Costa Moura fez estas declarações na noite de terça-feira, durante a comemoração do Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, que se assinala em 10 de Junho.
Num evento, que teve a presença de quase todo o Corpo Diplomático acreditado em Maputo e de empresários moçambicanos e empresários portugueses, António Costa Moura identificou-se como sendo um embaixador “não comentador”, para justificar o silêncio de Portugal perante a fraude eleitoral e as atrocidades que a Frelimo cometeu contra os seus próprios cidadãos no pico da crise política eleitoral, em que cerca de mil moçambicanos foram chacinados pela Polícia.
O silêncio de Portugal foi depois desmistificado com a pronta aceitação dos resultados eleitorais perante todas as evidências de fraude. Portugal foi o primeiro país europeu a legitimar os resultados fraudulentos através das suas estruturas do Governo, ainda que, localmente, o seu embaixador tenha estado estrategicamente em silêncio.
É sobre esse silêncio que o embaixador “não comentador” decidiu comentar. “Vi então como, por entre conjunturais devaneios colectivos e protagonismos pífios, alguns esperariam um embaixador ‘comentador’ de crises e dos seus actores. Ora, não é essa, manifestamente, a leitura que faço do interesse nacional”, disse e acrescentou: “Nem a ilegitimidade da ingerência, nem a irresponsabilidade da indiferença, esse, sim, é o pressuposto que me orienta nas acções da política externa dos sucessivos Governos, que me compete executar”.
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