Maputo (Canalmoz) – A crise das Linhas Aéreas de Moçambique tem produzido efeitos directos e gravemente lesivos sobre a sustentabilidade da empresa Aeroportos de Moçambique. Responsável por cerca de 40% das suas receitas, a LAM tornou-se um factor de instabilidade para a empresa “Aeroportos de Moçambique”, acumulando dívidas em mora que, em 2023, ultrapassavam os 4,8 mil milhões de meticais, dos quais 2,6 mil milhões já foram considerados irrecuperáveis.
Um estudo publicado, ontem, 11 de Junho, pelo Centro de Integridade Pública mostra que a situação operacional e financeira da empresa “Aeroportos de Moçambique” é profundamente angustiante e, até ao final de 2023, a empresa apresentava capitais próprios negativos no valor de 1,2 mil milhões de meticais e prejuízos acumulados superiores a 18 mil milhões de meticais, configurando um quadro inequívoco de falência técnica.
A este problema somam-se os onerosos investimentos em infraestruturas aeroportuárias não rentáveis, que são os casos do Aeroporto Internacional de Nacala, na província de Nampula, e do Aeroporto “Filipe Jacinto Nyusi”, na província de Gaza, que têm gerado, de forma sistemática perdas operacionais significativas para a empresa.
“O elevado nível de endividamento, aliado à incapacidade de gerar resultados líquidos positivos, implica que o Estado poderá ser chamado a assumir as dívidas da empresa cobertas por Garantias Soberanas e Cartas de Conforto, as quais ascendem a 10,5 mil milhões de meticais”, diz a publicação do CIP.
Ler mais na versão PDF, mediante subscrição.