“Não vamos desarmar”
Maputo (Canalmoz) – A guerra entre o grupo de terroristas do Hamas, na Faixa de Gaza, e as tropas israelitas perdura desde há cerca de seiscentos dias, desde 7 de Outubro de 2023. A guerra ganha contornos cada vez mais alarmantes entre o grupo terrorista e as tropas israelitas.
O Governo de Benjamim Netanyahu não desarma e diz que não vai recuar e nem firmar nenhum acordo com o Hamas que aterroriza a população de Gaza. O Hamas tomou como reféns mais de cinquenta israelitas, incluindo bebés, jovens e adultos, que foram sequestrados pelo Hamas no dia 7 de Outubro, mas estão escondidos nos túneis do Hamas, sobre os quais se pensa que estejam a cerca de quinze quilómetros de profundidade. E falava-se em cerca de seiscentos quilómetros de túneis por toda a Faixa de Gaza.
O “Canalmoz” esteve na cidade de Jerusalém, em Israel, e conversou com a vice-ministra das Relações Exteriores, Sharren Haskel. Disse que toda a ajuda humanitária enviada pelas Nações Unidas e através da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente (UNRWA), que devia ser destinada à população civil da Faixa Gaza, não satisfaz os seus desígnios porque o grupo terrorista do Hamas está infiltrado na Organização. E todos estes produtos são desviados pelo grupo terrorista para alimentar as suas bases terroristas por toda Faixa de Gaza.
“No início da guerra, em 2023, o Qatar enviou milhares de tendas para apoiar as famílias e deslocados de guerra na Faixa de Gaza, mas o Hamas apoderou-se de todas tendas e vendia para a população por 100 dólares norte-americano”, disse a vice-ministra. E acrescentou que, nessa operação, o Hamas conseguiu facturar 95.000 dólares norte-americanos e, com este dinheiro, pela primeira vez o grupo terrorista conseguiu pagar salários a todos os funcionários da Organização terrorista.
Disse também que todos dados e relatórios reportados pela agência humanitária da UNRWA não são fidedignos, porque o Hamas tem pessoas infiltradas. E disse que as Nações Unidas são críticas das tropas israelitas, acusando-as de crimes de guerra e de matarem civis, mas, por exemplo, as mesmas Nações Unidas não são críticas da guerra no Sudão, em que a população morre de fome e a ajuda humanitária é quase inexistente. “As pessoas estão sofrendo indiscriminadamente os efeitos da guerra.”
E disse que quando é a vez de Israel retaliar os ataques terroristas do Hamas contra o povo israelita, as organizações da “sociedade de civil” mobilizam-se e marcham pelas principais cidades da Inglaterra, Estados Unidos da América, Austrália e África do Sul.
Disse que as Nações Unidas têm os olhos virados para o Israel e ignoram as atrocidades cometidas pelo Hamas contra o próprio povo palestino, que sofre dia a dia.
“É uma guerra religiosa”
O “Canalmoz” perguntou à vice-ministra das Relações Exteriores quais são as causas desta guerra entre o Hamas e o Israel. Sharren Haskel respondeu: “Não é um conflito territorial. É um conflito religioso e cultural. O Hamas quer acabar com os judeus e desestabilizar todo o Médio Oriente. Eles não têm nenhum projecto de governação para dar continuidade em Israel. A título de exemplo, o povo da Faixa de Guerra é atendido e tratado nos hospitais israelitas, mas o Hamas, devido ao ódio contra o povo judeu, destrói os hospitais que salvam vidas do seu próprio povo.
A vice-ministra das Relações Exteriores lamenta o facto de os judeus continuarem a ser perseguidos, porque o grande propósito do Hamas é provocar uma guerra cultural e religiosa contra o povo judeu.
“Eles são contra nós. Não nos esquecemos do ataque no dia 7 de Outubro de 2023 e nesse dia ficou claro que estamos perante uma guerra religiosa, por isso a nossa luta é continuarmos a evacuar todos os judeus da Faixa de Gaza, mesmo os judeus mortos.”
“Não vamos desarmar”
A vice-ministra das Relações Exteriores, Sharren Haskel afirmou que o Governo de Israel não vai desarmar e vai até ao fim porque o Hamas quer que o Israel se renda ou que sejam assinados acordos que, no instante seguinte, serão violados.
“Nós não vamos desarmar. Vamos lutar até ao fim. Este cenário vivido por Israel assemelha-se aos ataques terroristas realizados pelo Boko Haram na Nigéria ou, então, o grupo terrorista que aterroriza Moçambique, designado como ‘ISIS-Moçambique’ ou ‘Al-Shabaab’”, afirmou a vice-ministra.
Sharren Haskel disse também que o Hamas é igual aos terroristas do Hezbollah e todos os outros grupos terroristas que actuam em África. (Neuton Langa, em Jerusalém)