Em parceria com a “MozBioMed.AI”
Maputo (Canalmoz) – A Universidade Aquila criou, ontem, em parceira com a primeira empresa de Inteligência Artificial, a “MozBioMed.AI”, o Centro de Estudos de Inteligência Artificial, com o objectivo de capacitar os estudantes e profissionais de Saúde, Agricultura, Economia, e Direito para actuar no mercado digital.
Na ocasião, o reitor da Universidade Aquila, Teodoro Waty, disse que esta instituição de ensino estará concentrada na acreditação do mestrado em Inteligência Artificial e outros cursos.
“O Centro de Inteligência Artificial da Universidade Aquila estará dedicado à qualificação de docentes e estudantes de alta empregabilidade, de modo a atingirmos a paridade científica como um dos melhores centros de pesquisa do Mundo”, disse Teodoro Waty.
Disse também que a vontade de pensar na felicidade de Moçambique é um activo que promete resultados, porque o compromisso de promoção dos valores da ciência, da ética e da solidariedade é uma constante presente na Universidade.
Teodoro Waty disse que o Centro de Estudos de Inteligência Artificial que foi agora criado vai trazer especialistas credenciados, não só moçambicanos, mas também do Mundo, para serem mentores, para serem supervisores, para serem investigadores e ensinar a investigar em Inteligência Artificial.
“Estamos a iniciar o processo de administração séria da Inteligência Artificial em Moçambique e começa na Katembe, começa na Universidade Aquila. E o que nós vamos ensinar no mestrado e em outros cursos não é aprender a usar a Inteligência Artificial, mas ensinar o processo de criação da Inteligência Artificial para as nossas comunidades”, afirmou Teodoro Waty.
Instrumentos para o Ministério da Saúde
O director-geral da “MozBioMed.AI”, Alexandre Cobre, disse que trabalha com Inteligência Artificial há seis anos, e, neste período, desenvolveu instrumentos de Inteligência Artificial que foram usados pelo Ministério da Saúde para teste de covid-19 em larga escala, e eram testes muito baratos em relação ao teste PCR, que custava muito mais caro à população.
“Estamos a falar de tecnologias de Inteligência Artificial desenvolvidas, que estão prontas para o consumo. Nós apresentamos esses resultados no evento que aconteceu na Conferência de Regiões da Saúde, organizado pelo Ministério da Saúde, visando produção local de medicamentos”, afirmou Alexandre Cobre.
Disse também que estão a fazer uma pesquisa em Nampula para desenvolver instrumentos de tecnologia de Inteligência Artificial para diagnóstico do cancro do colo útero e estão a usar ferramentas de Inteligência Artificial para diagnosticar essas doenças em hospitais rurais.
“O que significa levar dignidade e esperança a regiões rurais, onde nunca chegaria a Inteligência Artificial. A Inteligência Artificial não é um luxo, é uma questão de dignidade e esperança. A área da Saúde é apenas um exemplo da revolução que a Inteligência Artificial pode fazer”, afirmou Alexandre Cobre.
Não se trata de utilizar a Inteligência Artificial que nos é oferecida, trata-se de criar a própria Inteligência Artificial na produção de tecnologias autênticas dentro de Moçambique, visando resolver problemas reais da população moçambicana. “Quando nós estamos a falar de problemas reais, estamos a falar de problemas palpáveis, como, por exemplo, o alargamento de produção agrícola, desenvolvimento de testes diagnósticos de doenças como o VIH-SIDA, tuberculose e a malária.”
“Utilizar a Inteligência Artificial para acelerar o processo de fortalecimento da economia na área agrícola. Resolução de problemas como, por exemplo, detecção de pragas em culturas agrícolas muito importantes. Então, a Inteligência Artificial vai ser desenvolvida nesse centro de Inteligência Artificial da Universidade Aquila, é um centro de desenvolvimento, pesquisa de desenvolvimento de tecnologia de Inteligência Artificial para o interesse de Moçambique”, afirmou Alexandre Cobre. (Neuton Langa)