“Uma delegação tanzaniana já exibiu até crânios das vítimas moçambicanas, que o inimigo usava para tripé. Tripé, para quem é do campo, sabe que, para pôr a panela no lume, tem de ter tripé, ou de ferro, ou de pedra, alguma coisa assim. Então eles usavam, ou usam, crânio humano para isso.” – General Bertolino Capitine
Maputo (Canalmoz) – Bertolino Capitine, que foi vice-chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas de Moçambique, abordou, no âmbito do Diálogo Nacional Inclusivo, a situação do terrorismo na província de Cabo Delgado e disse que foram feitos vários alertas sobre o alastramento dos ataques terroristas para outros pontos do país, mas ninguém quis ouvir ou levar a sério o assunto.
“Eles usam os pagamentos electrónicos. Usam WhatsApp. Agora tem havido portagens em ‘19 de Outubro’, em Chitachi, costumamos acompanhar. E os donos dos camiões mandam duzentos mil, duzentos e cinquenta mil. Então, procuremos investir na inteligência para monitorar. Porque, se eu mando para esse número do Al-Shabaab, certamente que este indivíduo transfere também para alguém que está aqui na cidade. A outra situação com a inteligência é cortar a logística, lá onde a gente diz que são originários”, afirmou.
Bertolino Capitine disse que é preciso ter-se uma estratégia de combate ao terrorismo, já que Moçambique está a ser agredido. “Como é que vocês querem atingir esse objectivo? Não é ético que um dia vocês digam que queremos, a partir de já, construir o nosso equipamento. E, no dia seguinte, dizem que não temos dinheiro. E, no outro dia, dizem que aqui na cidade de Maputo está cheio de militares, todos devem ir para Cabo Delgado. Não é assim. As Forças Armadas são uma ciência onde tem a componente terrestre, aérea, naval e logística. Tem unidades de manobra, unidades de apoio de fogo e unidades de apoio de justiça”, afirmou.Ler mais na versão PDF, mediante subscrição.















