Venâncio Mondlane diz que foram apresentadas queixas ao Tribunal Penal Internacional contra sete dirigentes moçambicanos, acusados de promoverem a chacina contra os manifestantes
Maputo (Canalmoz) – Venâncio Mondlane, candidato presidencial, anunciou, na noite de ontem, segunda-feira, uma nova paralisação geral das actividades, com manifestações que começam amanhã, quarta-feira, e vão durar três dias. Disse que esta é a primeira fase da quarta etapa e que os protestos são contra os mesmos problemas: a fraude eleitoral, os assassinatos políticos, a pobreza, a corrupção e a violência.
“Vamos começar as manifestações contra o assassinato e a miséria do nosso povo, contra os raptos, sequestros e o roubo de votos. Desta vez, vamos concentrar-nos nas capitais provinciais e também em alguns pontos estratégicos como as fronteiras e os portos,” disse Venâncio Mondlane.
Acrescentou que estas acções não têm como objetivo um golpe de Estado, mas, sim, pressionar o Governo e as instituições a responderem às necessidades da população. “Não estamos aqui para tomar o poder pela força. Queremos, sim, pressionar o Governo e os órgãos eleitorais para que reconheçam os problemas do povo e tomem medidas contra os abusos e a miséria,” afirmou.
Venâncio Mondlane voltou a criticar o papel das Forças de Segurança, acusando-as de abusos e de conivência em casos de raptos. “A Polícia está a ser usada para perseguir o povo e até invade locais sagrados, como mesquitas, com uso excessivo de força. É uma Polícia que também sofre, passando pela mesma miséria que assola os moçambicanos.”
Venâncio Mondlane pediu o apoio dos camionistas, sugerindo que tirem folga ou se abstenham de circular durante os três dias de manifestações. “Façam como fizeram em Ressano Garcia, deixem os camiões e vão para casa. Esta é uma luta pelo bem de todos, e o povo está cansado de ser explorado”, afirmou.
Venâncio Mondlane informou que foram apresentadas queixas ao Tribunal Penal Internacional contra sete dirigentes moçambicanos, acusados de violarem os Direitos Humanos. Lamentou as perdas de vidas. Disse: “Estas vidas não ficarão sem justiça. Esses líderes terão de responder pelos abusos cometidos contra o povo”.