E critica uma nova “cultura” imposta pelo poder e que preconiza que o dinheiro, independentemente dos meios utilizados para o obter, é o valor supremo da sociedade.
Severino Ngoenha, professor universitário e filósofo, diz que é necessária uma reflexão colectiva e que há necessidade de que os moçambicanos defendam o país contra aquilo a que chama “subversão de valores” mais básicos da sociedade. Severino Ngoenha está preocupado com o facto de o poder ter instituído o dinheiro como o valor supremo que dita como as coisas devem andar. E disse que isso está a ser fomentado por um novo colonialismo.
A exortação para a reflexão foi feita por Severino Ngoenha numa palestra com o tema “Continuar a lutar por Moçambique”, baseada em três pilares fundamentais, epistemológico, político e moral, que se realizou na quinta-feira da semana passada, na Casa do Artista, na cidade da Beira.
“O país está a atravessar o seu pior momento, tendo em conta que já não existe um bem comum, porque o dinheiro foi colocado em primeiro lugar, desvanecendo o humanismo”, afirmou.
Severino Ngoenha considera que as nações são uma construção contínua e chamou a atenção para que não haja comodismo, sob o risco de ficar no tempo e cair no esquecimento.
Sobre Moçambique, Severino Ngoenha considera que é necessária uma profunda reflexão sobre a conjuntura actual do país e sobre a recuperação dos “valores genuínos”.
“Nós, se queremos que Moçambique continue, temos de valorizar o que foi feito pelos outros que nos precederam, mas temos de, com mais energia, continuar a lutar pelo nosso país, sobretudo na conjuntura actual da guerra no Norte, da conjuntura mundial do retorno ao supremacismo, de um colonialismo que volta com a mesma violência do passado, com o perigo de retransformar Moçambique, depois da guerra dos dezasseis anos, em terreno de batalha entre imperialismos adversos”, afirmou.
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