- Filho de Filipe Nyusi atropelou duas crianças e fugiu
Florindo Nyusi, filho de Filipe Nyusi (que é Presidente da República), envolveu-se, na sexta-feira da semana passada, num aparatoso acidente de viação, no qual danificou com gravidade duas crianças e danificou uma viatura e uma banca de uma vendedora no passeio. Depois do acidente, fugiu, com a ajuda dos seus seguranças, sem socorrer as vítimas.
A reacção não se fez esperar. A Ordem dos Advogados de Moçambique emitiu uma nota de imprensa a repudiar esta atitude. Nessa nota, a que o “Canalmoz” teve acesso, lê-se: “Tomámos conhecimento da ocorrência, no dia 12 de julho de 2024, de um acidente de viação no qual o motorista de uma viatura de alta cilindrada teria perdido o controlo do seu veículo automóvel e embatido numa outra viatura e, posteriormente, atropelado dois petizes, no seu caminho para a escola”.
A Ordem dos Advogados diz também que, do trabalho efectuado no local com base na informação divulgada pela comunicação social, verificou-se que a viatura era conduzida por Florindo Nyusi, filho de Filipe Nyusi, que é Presidente da República.
“Mantemos total confiança no Direito e nas instituições de administração da Justiça, todavia entendemos ser, de facto, um caso que testará a seriedade e isonomia do nosso sistema da administração da Justiça”.
A Ordem dos Advogados diz que acompanhou com tristeza e com particular preocupação a informação de que o condutor do veículo que causou o acidente não prestou assistência às vítimas, como é de lei, e que o apoio que se está a dar às crianças e às suas famílias é questionável, se existente.
“É importante que a Polícia tenha feito o seu trabalho e fidelizado o local do acidente e a busca imediata de indícios de ilícito, designadamente, imagens e medição das eventuais marcas de travagem no pavimento, testagem do motorista para eventual despiste de condução sob efeito de álcool ou outras drogas ilícitas, tomada de depoimentos e identificação de possíveis testemunhas oculares e a conhecida retenção dos documentos do veículo (que, tanto quanto nos é dado saber, transitava sem a chapa de matrícula) e do título de condução do condutor. Acto contínuo, todos os órgãos a jusante serão chamados a agir com imparcialidade e total isonomia neste processo, demonstrando que a Justiça é cega, mas tem cérebro”, lê-se na nota de imprensa da Ordem dos Advogados.
Ler mais na versão PDF, mediante subscrição.