A Autoridade Tributária anunciou a apreensão, na semana passada, de um camião de transporte de minérios, mas que, desta vez, estava carregado com 1.181 caixas de bebidas alcoólicas contrabandeadas.
Segundo a Autoridade Tributária, a apreensão ocorreu na Estrada Nacional N4. A mercadoria está avaliada em cerca de um milhão de meticais. Este incidente segue-se a outras três tentativas frustradas de contrabando no mesmo percurso, envolvendo camiões similares transportando grandes quantidades de bebidas alcoólicas e cigarros.
O aumento no uso de veículos destinados ao transporte de minérios para contrabandear mercadorias está a preocupar as autoridades aduaneiras.
De 1 de Janeiro a Junho deste ano, a Autoridade Tributária realizou 513 apreensões de diversas mercadorias, sendo 302 por contrabando, 96 por descaminho e 115 por transgressão. O valor total dessas mercadorias ultrapassa os 318 milhões de meticais, com direitos e demais imposições avaliados em cerca de 110 milhões de meticais.
Destaca-se a apreensão de três contentores contendo 5.250 caixas de tabaco para cachimbo de água, avaliadas em 44.389.678,99 meticais, com direitos aduaneiros e outras imposições totalizando 71.077.045,91 meticais. Os principais motivos para essas apreensões foram o contrabando e o descaminho.
Comparando com o mesmo período do ano passado, houve uma redução de 142 apreensões, equivalente a 21,68%. No entanto, o valor cobrado aumentou em 19.596.928,27 meticais, correspondendo a um crescimento de 40,04%. Esse aumento é atribuído ao reforço da fiscalização nas linhas de fronteira.
Esta apreensão é a segunda em menos de um mês. Anteriormente, o mesmo tipo de camião foi usado para contrabandear bebidas alcoólicas. A Autoridade Tributária apreendeu cigarros e bebidas alcoólicas em camiões de minério encontrados carregados com aproximadamente duas mil caixas de cigarros, mil em cada veículo, avaliados em cerca de sete milhões de meticais por camião, totalizando uma perda de 14 milhões de meticais para o Estado moçambicano.
O uso desses camiões, geralmente associados ao transporte seguro de minério a alta velocidade, surpreendeu as autoridades. “Nunca nos tinha ocorrido que camiões desta natureza fossem usados para a fuga ao fisco. O transporte do ferrocrómio é feito a alta velocidade, e presumimos que os transportadores estão confiantes por isso”, disse Fernando Tinga, no mês passado, na ocasião da apreensão. (Joana da Lúcia)