“Durante a tortura, perguntaram quem é o meu presidente e quanto é que me pagaram para me manifestar. Deitaram-me água quente, bateram-me e exigiram dinheiro. Perdi os sentidos e, quando recuperei, voltaram a bater-me até desmaiar de novo. Perguntaram-me se queria ser morto com arma de fogo ou com faca.” –Orlando Artur, cidadão julgado no Tribunal de Salamanga
Maputo (Canalmoz) – Orlando Artur, Salomão Júlio e Armando Chirindza, os três cidadãos detidos na quinta-feira da semana passada em Salamanga e que foram condenados, no sábado, a uma pena de três dias, convertida em multa, estiveram presentes na manhã de segunda-feira, 10 de Fevereiro, no Centro de Saúde de Salamanga, para exames e para receberem tratamento das lesões causadas pelas torturas cometidas pela Unidade de Intervenção Rápida.
Em declarações ao “Canalmoz” na segunda-feira, Orlando Artur, Salomão Júlio e Armando Chirindza contaram que foram transportados de Bela Vista para a Matola com os olhos vendados, metidos debaixo de bancos do carro da Polícia. Acrescentaram que a violência policial provocou lesões em diversas partes dos seus corpos.
Salomão Júlio, de 51 anos de idade, disse que tem dores na coluna e nos pés por ter sido pisado por botas da Polícia. Disse que, depois de ser preso, a UIR interrogou-o sobre quem era o seu presidente e quanto é que recebeu para aderir às manifestações em Salamanga.Ler mais na versão PDF, mediante subscrição.