Maputo (Canalmoz) – O Governo vai avançar com o projecto de construção da Barragem de Mphanda Nkuwa,perante a contestação da população que vai ser ser afectada nos distritos de Marara, Cahora Bassa e Chiúta, na província de Tete.
As comunidades que vão ser atingidas pelo projecto são: Luzinga-Mussapa (Chiúta), Chamimba (Cahora Bassa) e Chirodzi Shanangue, Chirodzi-Rio, Chococoma (Marara).
Quirino Narciso nasceu em Luzinga-Mussapa, no distrito de Chiúta. Disse que vive na base de garimpo nas margens do rio Zambeze, agricultura e pastagem. “Já ouvimos falar do projecto Mphanda Nkuwa. Só isso, mas temos medo de perder terras. Não há como negar tratando-se de uma pretensão do Estado. Se o projecto trouxer emprego, pode ser bem-vindo”, afirmou, em declarações ao “Canalmoz”.
Quirino Narciso disse que, em Agosto do ano passado, esteve em Luzinga-Mussapa o chefe da localidade, para falar do projecto e informou que seria retirado para uma outra zona.
“Disseram que vão dar casas e dinheiro. Não sabemos para onde é que vamos e quanto é que vamos receber das indemnizações”, afirmou.
Laurinda Araújo, também residente em Luzinga, disse que nasceu, cresceu e casou em Luzinga. Tem como meio de sobrevivência a mineração artesanal e a agricultura.
“Estou preocupada com a implementação do projecto. Ninguém sabe em que condições vamos viver daquele lado. Em Agosto, estiveram aqui para informar do projecto.”
Lúcia Bobo disse que não tem nenhum interesse pelo projecto. Afirmou que o Governo tem vindo a falar, mas eles sempre rejeitaram. “Tenho 28 anos e sou mãe de cinco filhos. Este é o meu ‘habitat’. Temos um mau exemplo das famílias reassentadas em Cassoca num projecto levado a cabo pela ‘Jindal Africa’”, disseLer mais na versão PDF, mediante subscrição.