“Lamentamos a decisão do governo da África do Sul na sua rapidez em felicitar um partido que ganhou quando as pessoas no terreno estão contestar a eleição marcada por fraude”
“Será difícil continuar a reprimir a vontade de pessoas que querem ser livres. Se o governo em exercício continuar neste caminho, será impossível governar o país”
Maputo (Canalmoz) – Os Bispos Católicos ao nível da Comunidade dos Países da África Austral questionam a precipitação do governo da África do Sul, dirigido por Cyril Ramaphosa em felicitar a vitória do partido Frelimo e do candidato Daniel Chapo no meio de uma generalizada contestação de fraude eleitoral.
No dia de 27 de Outubro, o presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa, congratulou, em comunicado presidencial, com a divulgação pela Comissão Nacional de Eleições dos resultados preliminares e rasgou fortes elogios aos órgãos eleitorais de Moçambique.
“Lamentamos a decisão do nosso governo na África do Sul de apoiar as eleições apesar das queixas tão generalizadas e da sua rapidez em felicitar um partido que ganhou quando as pessoas no terreno sentem que as suas vozes não foram ouvidas. Será difícil continuar a reprimir a vontade de pessoas que querem ser livres. Se o governo em exercício continuar neste caminho, será impossível governar o país e a vida tornar-se-á mais miserável”, diz a carta dos Bispos Católicos da SADC, emitida sexta-feira, dia 8 de Novembro e assinada por Reverendo Sithembele Sipuka.
Afirmam que do encontro Inter-regional dos Bispos do Sul de África (IMBISA) observou-se que as eleições tiveram lugar num contexto de grande descontentamento e uma forte exigência popular de fortalecimento do Estado de direito e maior transparência na administração eleitoral.